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No dia 28 de fevereiro, realizou-se, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Bragança, a atividade Masterclasses em Física de Partículas, organizada pelo Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (www.lip.pt/masterclasses), em colaboração com o IPB. Este evento, realizado a nível internacional, permitiu-nos conhecer a área de Física de Partículas (www.physicsmasterclasses.org), no âmbito do International Particle Physics Outreach Group.
Neste evento, mais de 13 000 estudantes deslocaram-se aos Institutos e Universidades, para participar na atividade “Ser Cientista por um dia... Com as Mãos nas Partículas!”, em cerca de duzentos locais, distribuídos por sessenta países.

O intenso programa, das 9h-9h30 às 17h30-18h, possibilitou-nos conhecer o ciclo típico da atividade de um cientista: aprendizagem, experimentação, discussão e apresentação de resultados (e, no final, autoavaliação).
Este ano, foi a décima vez que este evento se realizou em Bragança e o nosso Agrupamento participou com as turmas do 11º A e 11º B, acompanhados pelos professores de Físico-Química, Cesária Fernandes e Manuel Cordeiro.
A atividade iniciou-se às 9h20min, com uma pequena palestra sobre a Física das partículas, proferida por Pedro Abreu, professor do departamento de física do Instituto Superior Técnico, que ganhou o prémio Ciência Viva - Educação, pelo seu empenho no ensino e divulgação da Física em Portugal.
Pedro Abreu falou sobre a descoberta das partículas constituintes da matéria, fazendo uma breve viagem acerca dos primórdios da Ciência e das primeiras tentativas de compreensão e explicação da matéria que nos rodeia e daquilo de que nós somos feitos.
Descreveu o Universo, a sua origem e evolução, a sua composição, a descoberta dos átomos e elementos e a sua organização na Tabela Periódica dos Elementos.
Em seguida, falou de temas que nos eram desconhecidos, mas muito entusiasmantes, pois ficámos a saber que há uma outra tabela com doze partículas, que explica a Tabela Periódica e todas as interações da matéria e da radiação.

Se seguires o link, que te apresentamos a seguir, poderás ficar a saber um pouco mais sobre este tema:
https://newsite.cpepphysics.org/fundamental-particles/.

Tudo isto é estudado no CERN – Organização Europeia Para a Investigação Nuclear, com sede em Genebra, na Suíça.
As partículas são aceleradas num túnel circular com vinte e sete quilómetros de comprimento, que abrange a França e a Suíça. Os detetores de partículas subatómicas têm aproximadamente quarenta e cinco metros de comprimento, vinte e cinco metros de altura e cerca de sete mil toneladas de massa.
O cientista falou ainda de partículas com um nome muito estranho, que poderás investigar, como hadrões, neutrinos e outros. Realçamos a sua emoção quando nos falou de uma partícula chamada Bosão de Higgs, que, segundo ele, explica a existência da matéria.
Posteriormente, contou-nos a história da sua descoberta no CERN e da emoção dos milhares de cientistas e investigadores envolvidos, quando a descobriram.
Além disso, ainda falou sobre a matéria escura e energia escura, as quais se pensa que constituem 95% do universo, mas que ainda não foram descobertas.
Após um breve intervalo, no qual convivemos com alunos de outras escolas, com os professores palestrantes e do IPB, participámos numa segunda palestra, proferida por Helena Santos, professora de Física na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e cientista do CERN.
Helena Santos complementou a apresentação de Pedro Abreu, falando sobre o CERN e aprofundando alguns dos temas abordados anteriormente.
Falou ainda das técnicas de deteção das partículas subatómicas e dos calorímetros.
Aprendemos que a ciência fundamental pode derivar para a ciência aplicada e para a tecnologia ligada ao nosso quotidiano, pois a internet, tal qual a conhecemos, bem como os ecrãs tácteis foram descobertos por cientistas do CERN.
Ficámos a saber que, no âmbito da medicina, os detetores desenvolvidos para a física de partículas possibilitaram o desenvolvimento de técnicas aperfeiçoadas de obtenção e interpretação de imagens médicas e que, muita da tecnologia de diagnóstico e tratamento do cancro, se baseia no conhecimento obtido a partir das experiências realizadas no CERN.
Depois destas duas palestras, o cientista Pedro Abreu mostrou uma aplicação, disponível na internet, chamada Minerva, que tem como objetivo interpretar os resultados das experiências realizadas no CERN e, posteriormente, ensinou os alunos a trabalhar no mesmo.
O almoço decorreu na cantina do IPB e reparámos no ambiente multicultural, que se vive nesta instituição.
Às 13h30min, realizou-se uma atividade na qual os alunos trabalharam com o programa informático Minerva, a partir de dados reais, obtidos com base em experiências realizadas no CERN. Os dados foram trabalhados e introduzidos numa plataforma, para depois serem discutidos por cientistas que estão a trabalhar no CERN.
Depois disso, os alunos deslocaram-se para uma sala para assistir e participar a uma videoconferência com alunos de diferentes países (suíços, espanhóis, egípcios, italianos e nós). Discutimos os resultados dos diferentes grupos de alunos, colocámos questões aos cientistas, descobrimos uma nova área do conhecimento onde trabalham milhares de pessoas, descobertas importantes, mas também mais questões por resolver.
Após a conferência terminar, fizemos algumas perguntas aos dois cientistas sobre as limitações do Modelo Padrão das Partículas e o muito que ainda há para descobrir.
Em suma, este dia foi cheio de nova informação, novas experiências e serviu de inspiração para vários alunos, tendo sido abordados temas, especialmente da física, que normalmente não são tratados desta maneira tão singular. Por outras palavras, foi uma ótima maneira de abrir a mente e de mostrar novos caminhos para os alunos.
Por último, deixamos uma palavra de apreço para a organização que nos recebeu, acompanhou, facilitou toda a logística e nos ofereceu de lanchar, um a meio da manhã e outro ao fim do evento.

 

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