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A vitória da banda “The Black Mamba”, no festival da Canção 2021, não foi recebida com entusiamo por todos os amantes da Eurovisão, de tal modo que iniciou um movimento nas redes sociais apelando ao facto de ser uma canção cantada na língua de Shakespeare e não na língua de Camões (ambos celebridades da cultura linguística Inglesa e Portuguesa, respetivamente).

Ano após ano, o Festival da Canção e, consequentemente, a Eurovisão têm motivado muitas críticas, não só pelas músicas interpretadas, como pelo idioma usado, mas também pelo formato dos eventos. A este propósito, a edição deste ano, que sagrou vencedor o grupo “The Black Mamba”, com o tema “Love is on my side”, não é exceção, pelo facto de ser cantada em inglês. Na minha opinião, a controvérsia faz sentido, pois julgo que as canções deveriam ser cantadas na língua oficial de cada país. 

Será a mudança sempre positiva?

Anaísa Moreira, 12ºA

O ano letivo começou com uma mudança: em vez dos habituais noventa minutos de cada aula, o tempo regulamentar passou a ser de apenas cinquenta. Mas será que esta alteração é vantajosa para os alunos?

Com efeito, verifica-se que a implementação das lições com duração de cinquenta minutos implica a diminuição do número de horas de trabalho no período da manhã. Como tal, as restantes aulas são lecionadas à tarde, o que faz com que os alunos tenham de ficar mais tempo na escola. Comparando os novos horários com os do ano passado, podemos confirmar que há uma diminuição de cerca de trinta minutos no tempo de estudo matutino. Assim, sucede que os alunos dispõem de menos tardes livres, fazendo com que tenham menos horas disponíveis para se dedicarem a outras atividades.

Deste modo, limita-se a proficuidade das horas da manhã. Afinal, é durante este período que é mais fácil aprender, pelo que se deve aproveitar o tempo disponível, da melhor maneira possível. Veja-se um estudo publicado na edição Ciência da National Geographic, que prova que o início do dia constitui o melhor momento para aprender. Por exemplo, o estado de vigília alto ocorre por volta das dez horas e o pico de capacidade intelectual dá-se ao meio-dia.

Assim sendo, a existência de mais intervalos poderia fazer com que os alunos tivessem mais tempo de descanso, evitando rotinas cansativas. Contudo, os alunos fruem pouco destes momentos, devido à sua curta duração. A maioria das pausas são de dez minutos, o que traz constrangimentos para os estudantes. Em tão curto espaço de tempo, é difícil usufruir do bar ou da reprografia, bem como de qualquer outro espaço escolar. Muitas vezes apenas há a oportunidade de se deslocar até esses locais, mas devido à espera e ao pouco tempo disponível, revela-se impossível aceder ao que necessitávamos, apesar do esforço dos funcionários.

Para além disso, intervalos tão recorrentes constituem muitas vezes um fator de distração e de interrupção da tarefa em curso. Considere-se um estudo da Universidade da Califórnia, que demonstrou que após uma pausa no trabalho se demora cerca de vinte e cinco minutos para voltar a estar concentrado no mesmo. Facilmente se infere que em aulas de cinquenta minutos o tempo produtivo fica muito reduzido.

Efetivamente, as pausas tão comuns no horário escolar encerram uma outra problemática, quando consideramos os momentos de avaliação e a sua importância na preparação para o futuro dos alunos. Considerando que os exames nacionais têm uma duração entre noventa e cento e cinquenta minutos (sem considerar a tolerância), os estudantes devem estar habituados a provas extensas. Assim, o facto de as aulas serem mais curtas dificulta essa preparação. Caso os professores consigam fazer os seus testes com a duração da prova final, o raciocínio dos alunos é frequentemente interrompido com o barulho dos minutos de intervalo.

Concluindo, a nova duração das aulas trouxe consigo algumas desvantagens para os alunos, desde dias mais longos na escola a lições menos produtivas.

 

Há mudanças que se agradecem

Sara Azevedo, 12ºB

No presente ano letivo, os horários escolares da escola Abade Baçal sofreram uma alteração. Assim, os alunos passaram a ter aulas de 50 minutos em vez das de 90, que correspondiam a dois blocos de 45m sem intervalo. Na minha opinião, esta mudança foi bastante benéfica para os alunos.

Por um lado, aumentou o número de intervalos entre as aulas possibilitando, portanto, mais tempo livre aos alunos, o qual é essencial para o bem-estar tanto físico como psicológico destes. Com efeito, os alunos passaram a ter mais tempo para descontrair, para conviver com os colegas fora do contexto de sala de aula e até para comerem. Isto trouxe uma melhoria, pois permitiu diminuir as filas no bar e, por isso, reduzir o tempo que os alunos perdiam nestas, o que faz com que estes não corressem o risco de chegar atrasados às aulas quando querem lanchar. Desta forma, foi possível aumentar a produtividade do tempo do intervalo, ao mesmo tempo que se possibilitou um melhor atendimento a cada aluno.

Por outro lado, as aulas de 50+50 minutos com intervalo entre elas tornam-se muito mais leves do que os dois blocos de 45 minutos juntos. Isto potencia, a meu ver, a aprendizagem, uma vez que esta se torna menos densa e cansativa tanto para os alunos como para os professores. Além disso, como o período da aula é menor é mais fácil os alunos ficarem concentrados durante a maior parte do tempo desta do que quando eram 90 minutos seguidos. Assim sendo, aprender e manter o foco nas aulas torna-se muito mais fácil, o que influencia pela positiva o rendimento escolar de cada um. O tempo de atenção tem sido estudado ao longo do tempo e ainda não existem estudos que contradigam os resultados obtidos em 1996 por dois professores da Universidade de Indiana, Joan Middendorf and Alan Kalish, publicados na revista científica “National Teaching & Learning Forum”, segundo os quais se refere que por muito bom que seja o docente, a atenção dos alunos quebra após 20 minutos de aula, o que torna saudável um intervalo, e que os períodos de atenção diminuem ao longo do resto da aula. É fácil ver que, no final de uma aula de 90 minutos, os alunos já só teriam um período de 5 minutos de atenção, o que significa que parte da aprendizagem se terá perdido. Este pressuposto está na base da Khan Academy, cujo mentor é Samuel Khan, e cujo sucesso é inquestionável no  mundo inteiro.

Portanto, tal como Francisco Mora, especialista em neuroeducação, afirmou numa entrevista em 2017, ao jornal espanhol El País, a educação deve ser transformada para tornar a aprendizagem mais eficaz, e ele sugere que uma das mudanças seja, por exemplo, a diminuição do tempo das aulas para menos de 50 minutos para que os alunos sejam capazes de manter a atenção.

Embora muitos defendam que os blocos maiores permitem uma abordagem mais eficiente dos conteúdos das disciplinas, os estudos realizados nesta área provam que a eficácia da aprendizagem se relaciona mais com o modo como as aulas são organizadas do que com a sua duração, como defende Andrew Watson, autor do livro,  “Learning Begins: The Science of Working Memory and Attention for the Classroom Teacher.”

Por fim, considero que esta alteração pode ajudar a reduzir os problemas de indisciplina existentes em algumas turmas, já que o aborrecimento e o cansaço que levaria os alunos a terem comportamentos errados são menores nas aulas mais curtas do que nas mais longas e, consequentemente, mais fáceis de controlar.

Em suma, acho que a mudança da duração dos blocos de aulas para 50 minutos foi uma medida muito vantajosa que parece agradar à maior parte dos intervenientes.

É nas grandes civilizações que se vive a vida ao máximo. Constituem o sítio ideal para os ávidos de cultura, conhecimento, dinamismo e evolução.

Será eterna a discussão sobre qual o melhor sítio para viver: se nas serenas localidades do interior, se nas dinâmicas metrópoles. Viver nas grandes cidades do litoral tem, como tudo, algumas desvantagens que são, no entanto, irrelevantes em relação às inúmeras vantagens que traz. São o coração de todos os países, e Portugal obedece à regra, onde tudo acontece e a qualidade de vida atinge o seu auge.

É largamente reconhecido por todos que a liberdade de expressão e de opinião constitui um direito universal: Todavia, não deve haver um abuso que ponha em causa a prerrogativa de liberdade do outro.

Como caraterizar a vida no interior? Ar puro, ambiente, saúde, calma, poupança, segurança, satisfação, cultura, educação e, por tudo isto, qualidade.

Interioridade é um conceito frequentemente encarado de forma negativa. Por isso, quando há interesse em abordar o tema, omitem-se as suas vantagens. Se tivermos em conta o número reduzido de pessoas que vive no interior em relação à população total do país, podemos dizer que, dessas desvantagens e defeitos enumeradas pela maioria, poucas são as que são apontadas por pessoas que realmente experimentaram os efeitos de viver fora do litoral. Não conhecem bem o interior e, por isso, o estereótipo criado acerca destas regiões é, muitas vezes, falso.

 

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