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Num fim de tarde, sete alunas juntam-se num recanto da Escola. As aulas já terminaram e elas estão descontraídas, discutindo ideias e trocando impressões sobre a vida…

Subitamente, chega a oitava jovem. Vem perturbada, ansiosa, certa de que algo terrível está para acontecer. Chama-se Cassandra e, tal como a jovem princesa de Tróia que previa o futuro, ninguém acredita nela. 

No entanto, os seus receios irão concretizar-se, quando um grupo de delinquentes as aprisiona, tornando-as reféns…

Assim começa esta história…

E a outra história terminou para nós quando a primavera começava. Corria o ano de 2019, era o mês de março, e um brutal acidente deixou-nos desamparados, na saudade da nossa querida Daniela Fernandes, personagem de Eurídice, a quem Cacilda Ferreira, Antígona, acompanhava.

Um ano mais tarde, foi a pandemia quem se impôs e dispôs, secando muitos percursos e levando-nos de novo a aprazar, sem prazo, este Projeto, que já estava ferido de tristeza.  

Em 2021, a esperança foi reposta, o trabalho retomado e a alegria recuperada. 

E assim concretizámos a realização da peça “Acende essa luz para não ficarmos surdos”, na qual treze alunas e um aluno demonstraram a sua enorme generosidade e talento na forma como se entregaram ao texto e à produção do projeto, que pedia esforço da sua parte. Inicialmente, superarem as dificuldades de ensaiarem com máscara e, depois, enfrentaram a distância, com as limitações intrínsecas a todas as incertezas do contexto pandémico…

Muito obrigada a estas maravilhosas catorze criaturas – e, como eu costumo dizer, quem não for “criatura” que o faça saber –, que provaram que não há receios nem constrangimentos que impeçam a vontade de crescer e de dar o melhor de si, para que em cada pessoa floresça tudo o que de bom existir.

Muito obrigada ao aluno Vítor Pinto, pela sua resiliência e espírito de sacrifício, e à professora Elza Simão. Muito obrigada aos professores João Ortega e António Sá, que teriam assumido a responsabilidade da conceção e criação do cenário se as circunstâncias tivessem sido distintas. E aqui aproveitamos para lembrar o quanto sentiremos a falta de Tó Sá, que encerrou esta etapa da sua vida…

Muito obrigada, também, aos Pais e Encarregados de Educação por inerência associados a este projeto; a todos os elementos desta Comunidade Educativa que souberam acarinhá-lo; ao Jornal “Outra Presença, infatigável e generoso; à Câmara Municipal de Bragança e ao Teatro Municipal de Bragança, parceiros desta atividade; e à Direção do Agrupamento de Escolas Abade de Baçal, que desde sempre nos abriu os braços e soube compreender-nos.

Até já, até para o ano, até sempre. E que saibamos encontrar a luz, para nos ouvirmos cada vez melhor…

 

“O que dizer sobre este teatro? Sobre esta equipa? Sobre esta professora que semprenos acompanhou?

Bem, não há palavras suficientes que descrevam todos os sentimentos que tenho dentro de mim, que me enchem o coração e a alma. Confesso que não apreciava muito teatro, mas decidi embarcar nesta aventura, ter uma experiência nova, e desde já afirmo que foi a melhor “viagem” que fiz. Assim, diverti-me imenso, todos os ensaios eram diferentes, únicos, sempre aparecia algo para ficarmos a conhecer coisas novas.

Por conseguinte, depois de ter começado a participar nunca mais queria terminar, queria sempre fazer parte do teatro, mas a realidade é que este é o meu último ano nesta escola e as saudades já apertam, mas vou feliz por ter feito parte deste projeto e só há uma coisa de que me arrependo que é não ter aceitado fazer parte do teatro logo no meu décimo ano.

Concluindo, não podia deixar de dirigir algumas palavras aos meus colegas que partilharam comigo momentos únicos, inesquecíveis e muito, muito divertidos. Para além disso, tenho de agradecer à professora Paula Romão por se dedicar a este teatro, e não só, com todas as suas forças e energias, por estar sempre com um sorriso na cara, por nos ensinar sempre mais e mais. É uma senhora humilde, dedicada, simpática, carinhosa e que gosta imenso das suas catorze “ criaturas”, as quais também têm um enorme apreço por ela. Deixo-lhe uma mensagem pessoal, porque me acompanha desde o décimo ano e foi e é uma excelente professora de quem vou ter imensas saudades.

Obrigada a todos, orgulho-me imensuravelmente de ter sido a “Ceres”."

Maria Silva, 12ºA (intérprete de Ceres)

 

“Estou imensamente grata pela oportunidade de participar neste fantástico projeto. Foi, sem dúvida, muitíssimo enriquecedor. Apesar de todas as restrições e obstáculos, considero que realizamos um excelente trabalho. Espero que no próximo ano letivo consigamos mais e melhor com uma representação ao vivo. “

Mariana Torrão, 11º A (intérprete de Pandora)

 

“Entrei no Teatro Escolar no meu décimo ano, motivada pelas excelentes peças que tinha visto anteriormente.

Esta experiência mostrou-se, desde logo, enriquecedora e além disso muito divertida.

No meio da pressão que a escola pode provocar a um aluno, o teatro escolar foi para mim um refúgio dessa mesma tensão, um momento de descontração, apesar de ter sido sempre algo em que me empenhei de corpo e alma.

Sem qualquer grande experiência na representação (exceto uma pequena peça em que fiz de árvore e a minha única fala era imitar o vento), o teatro escolar apresentou-me ao “mundo da representação”.

Agora, no décimo segundo ano, prestes a terminar esta fase da minha vida, quando pensar no meu percurso escolar, vou relembrar sempre o Teatro Escolar e a Professora Paula Romão com muito carinho.”

Soraia Silva, 12º C  (intérprete de Circe)

 

Beatriz Sobral, 11º A (intérprete de Medeia)

 Ter participado no teatro da escola não estava nos meus planos, mas quando a professora Paula Romão foi à sala perguntar se alguém queria inscrever-se, senti que era algo que devia fazer, algo que devia tentar. E assim fiz e posso dizer que foi uma experiência incrível. Ter tido a oportunidade de entrar numa personagem e de a trazer para a vida foi especial. Foi completamente mágico. E as pessoas a quem tenho de agradecer são a própria professora e toda a equipa que se empenhou e trabalhou para partilhar esta magia com todos.

 

“Foi esta a primeira vez que participei no Teatro Escolar, mas sinto que deveria ter embarcado nesta aventura mais cedo.

Com efeito, o teatro permite-nos ser livres, sem nos preocuparmos com opiniões alheias. Afinal de contas, estamos a encarnar uma personagem, portanto, ela que fique com a vergonha e as responsabilidades, sendo esta uma maneira de percebemos como as pessoas reagem à nossa forma de agir.

Além disso, esta experiência ajudou-me a ganhar autoconfiança, o que se refletiu nas minhas práticas letivas, sobretudo no que diz respeito às apresentações orais. Assim, adquiri uma maior capacidade para falar em público, o que me será muito útil no futuro.

Por fim, reitero que esta experiência ficará guardada na minha memória até ao dia do “juízo final”, tendo-me fornecido muitas competências em diversos níveis.”

Paulo Fernandes, 12º A (intérprete de Eros)

 

O teatro sempre me provocou um grande fascínio, e as peças que vi do teatro escolar fizeram-me considerar entrar para o grupo.

Estes três anos foram o florir de um gosto que ainda não tinha descoberto, e afirmo que aprendi muito enquanto aluna e enquanto interpretei a Énio.

É uma experiência que voltaria a repetir.

Lara Silva, 12º C (intérprete de Énio)

 

 

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