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Passamos cerca de sete horas por dia na escola, o que equivale a 29% do nosso tempo diário. Essas horas representam mais do que uma mera presença física; são momentos moldados pela presença fundamental dos professores. Ao longo da história, o “Dia do Professor”, celebrado a 5 de Outubro, surgiu como uma homenagem a estes profissionais, fruto da Recomendação da Organização das Nações Unidas e da Organização Internacional do Trabalho.


A importância dos professores, socialmente, vai além do papel de transmissores de conhecimentos. Eles são os arquitetos do futuro da nossa sociedade, moldando mentes e construindo bases para o desenvolvimento. A responsabilidade destes educadores é grande, pois não partilham apenas informações, mas também transmitem valores, inspiram e despertam capacidades.
A relação entre professores e alunos é um fator-chave no processo educativo. Essa relação não se limita à sala de aula, pois é um vínculo que transcende os muros e grades da escola, influenciando as trajetórias de vida dos alunos. Os Professores não ensinam apenas disciplinas, mas também oferecem apoio e são como um farol que observa e presta orientação, para que nós possamos navegar pelas complexidades da vida.
Chega a ser surpreendente como, depois de passarmos trinta e cinco horas por semana na escola (equivalente a 20% do tempo semanal), a presença e o impacto dos professores se estende muito além desse período. Efetivamente, não só durante o período da pandemia, mas também, atualmente, eles continuam a desempenhar um papel fulcral, visto que há um permanente feedback das nossas aprendizagens e poder-se-á mesmo dizer que, a maior parte das barreiras que existiam, “foram derrubadas”.
Terminamos este texto, fazendo uma intertextualidade com a carta emotiva do escritor e filósofo, Albert Camus, dirigida ao seu professor Germain, destacando a influência transformadora dos educadores. Nela, Camus expressa gratidão pelo docente que o guiou e inspirou. Essas palavras ressoam como um lembrete do impacto duradouro que os professores podem ter na vida dos alunos.

 

Albert Camus a Louis Germain

19 de novembro de 1957

Caro Professor Germain,

Deixei que acalmasse um pouco todo o ruído que me envolveu nos últimos dias, antes de vir falar-lhe um pouco e de coração aberto. Acabam de me conceder uma grande honra, que não busquei nem pedi. Mas quando soube da notícia, o meu primeiro pensamento, depois da minha mãe, foi para si. Sem o senhor, sem essa mão afetuosa que estendeu à pequena criança pobre que eu era, sem o seu ensinamento e exemplo, nada disto me teria acontecido.
Não imaginava para mim um mundo com essa espécie de honra, mas ele veio criar, pelo menos, uma ocasião para lhe dizer o que o senhor foi e sempre continuará a ser para mim, e testemunhar que os seus esforços, o seu trabalho e o coração generoso sempre neles presentes estão ainda vivos num dos seus pequenos alunos, que, apesar da idade, nunca deixou de ser o seu aluno reconhecido.
Abraço-o fortemente.

 

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