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Bruno Gomes, jovem de quinze anos, aluno da escola secundária Abade de Baçal, teve a possibilidade de participar no estágio da seleção nacional de basquetebol, que decorreu nos passados dias 14 e 15 de Fevereiro. A estreia do brigantino num evento desta importância merece o devido destaque e mostra o seu mérito e, por isso, numa entrevista ao jornal escolar Outra Presença, partilhou esta experiência.

 

Q: Com que idade começaste a jogar basquetebol e o que despertou em ti esse interesse?
R: Comecei a jogar ainda jovem, com cerca de dez anos, e o que me motivou foi a necessidade de praticar desporto.
Q: Como descreves a evolução da equipa desde que entraste nela? A que se deve isso?
R: A equipa evoluiu imenso ao longo do tempo. Crescemos juntos enquanto jogadores e enquanto pessoas, pois estivemos sempre unidos e esta evolução deve-se, completamente, ao treinador que temos, Tiago Silva.
Q: Qual foi a tua reacção quando soubeste que tinhas sido convocado para este estágio da seleção nacional?
R: Quando soube que tinha sido convocado, senti um misto de emoções que nunca tinha sentido. Agradeci a todos os meus colegas de equipa, individualmente, pois sem eles nunca teria conseguido.
Q: Como foi o apoio por parte da equipa e do clube?
R: Toda a equipa me felicitou e demonstrou orgulho em mim; por parte do clube, por ser um clube pequeno e haver um ambiente familiar, tive um apoio incansável. Ofereceram-se para me ajudar em tudo o que eu precisasse.
Q: Como foi treinar e jogar ao lado de antigos adversários e outros jogadores que não conhecias?
R: Foi uma experiência completamente inovadora. Nunca tinha treinado com tanta intensidade e ao lado de jogadores com tanta qualidade. Fiz novas amizades fantásticas, mas começou por ser uma experiência solitária e senti que tinha mais para mostrar aos treinadores, pois não era tão conhecido por vir de Bragança.
Q: Qual foi o impacto de teres sido convocado e da equipa ter começado a obter melhores resultados para o crescimento do basquetebol em Bragança?
R: Considero que teve um impacto muito positivo. Com ambos os acontecimentos, passou a valorizar-se mais os bons resultados obtidos pela equipa. O número de espetadores nos jogos aumentou e, portanto, o nosso clube acabou por ganhar uma certa credibilidade (ainda mais), o que culminou na entrada de mais jogadores, especialmente no escalão de sub-10, o que é bastante positivo, no que toca ao futuro do clube e da modalidade no concelho.
Q: Onde encontras inspiração e motivação para continuar a trabalhar?
R: Encontro motivação em qualquer parte. Todas as pessoas à minha volta me inspiram. Desde os funcionários da minha escola até à minha família, sem esquecer, obviamente, os meus amigos e companheiros de equipa. Todos eles me fazem querer melhorar, com o intuito de os deixar orgulhosos. Depois, a própria cidade em si me motiva. Talvez um dia me veja forçado a sair de cá, mas tenciono voltar, foi aqui que cresci, que encontrei os lugares mais maravilhosos e, também, onde me deparei com as pessoas mais generosas e sinceras que poderia haver.
Q: Como te sentes perante a desvalorização do basquetebol relativamente a outras modalidades?
R: O basquetebol não é desvalorizado em relação a outras modalidades. O basquetebol é, juntamente com muitas outras modalidades, desvalorizado em relação ao futebol. O futebol teve sucesso, e nunca se quis experimentar outra coisa. Isso traz-nos muitas dificuldades a nível competitivo, pois há poucas equipas. Mesmo a nível associativo é complicado, isto mais concretamente no nosso clube, pois ninguém quer assumir uma responsabilidade tão grande com tantas dificuldades. Neste momento temos a sorte de ter uma fantástica direção, mas nem sempre foi assim.
Q: Como descreves a tua evolução após a experiência de participar no estágio da seleção?
R: Acho que aprendi imenso no estágio com a seleção nacional. Tento sempre passar para os meus colegas tudo o que aprendi, tento sempre liderar dando o exemplo, e realmente desafiá-los ao máximo para melhorarem. Isto porque foi o que me fizeram lá e gostei bastante. Esforço-me, ainda, em qualquer um dos meu s treinos, porigualar a intensidade à do fim-de-semana do estágio. Nem sempre é possível, mas tem-me ajudado a melhorar. Por fim, representar a seleção do meu país é um dos meus objetivos e com esta experiência pude realmente deixar esse objetivo mais claro na minha cabeça, a um passo mais perto de mim. Penso que a chave para tal seja dar tudo de mim, todos os dias.

 

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